Laboratório de Estudos Clássicos – Center of Classical Studies – Universidade Federal Fluminense

Arquivo de agosto de 2024

2º CICLO DE PALESTRAS INTERNACIONAIS | 2nd International Lecture Series | LEC-UFF 2024

Postado por Beethoven em 26/ago/2024 - Sem Comentários


Não requer inscrição prévia | Apenas compareça | Haverá certificados


– 13 SETEMBRO | sexta, a partir das 15h | sala 505-C

Quando a fama distorce a memória: Caspar von Barth, o “Apuleio perdido” e mais

Antonio Stramaglia (Università di Bari, Itália)
| Em português

Construindo a história e a fama na escola da retórica: a escolha final de Cícero

Biagio Santorelli (Università di Genova, Itália)
| Em inglês com projeção do texto em português


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– 9 OUTUBRO | quarta, 16h30 | sala 505-C

Sappho comica: representações de Safo na Comédia Antiga e Nova

Ronald Forero-Álvarez (Universidad de La Sabana, Colômbia)
| Em português


– 22 OUTUBRO | terça, 15h | sala 505-C

Interpretação e o leitor romano original nas Odes de Horácio

Stephen Harrison (University of Oxford, Inglaterra)
| Em inglês com projeção do texto em português


– 1 NOVEMBRO | sexta, 10h | sala 401-B

Uma alternativa nômade. Outra maneira de ver literaturas antigas

Marco Formisano (Universiteit Gent, Bélgica)
| Em português

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RESUMOS

– 13 SETEMBRO | sexta, a partir das 15h | sala 505-C

Quando a fama distorce a memória: Caspar von Barth, o “Apuleio perdido” e mais
| Antonio Stramaglia (Università di Bari, Itália)

| Em português

Em 1624, Caspar von Barth publicou em seus Adversaria (15, 17) alguns “novos fragmentos” de Apuleio, tanto em prosa como em verso, supostamente descobertos em um misterioso manuscrito em sua posse. Esta palestra mostra que o manuscrito de Barth deve ser identificado com um códice atualmente em Zwickau e, assim, demonstra que, dos supostos “novos fragmentos”, aqueles em prosa são translatícios, e os poéticos foram forjados pelo próprio Barth; como resultado, esses itens devem ser excluídos de futuras coleções de fragmentos de Apuleio. As consequências dessa descoberta também se aplicam em relação à chamada Vida de Segundo, o Filósofo, e à tradição manuscrita do De vita et moribus philosophorum de [Walter Burley], ambos envolvidos nos adv. 15, 17 de Barth.

Construindo a história e a fama na escola da retórica: a escolha final de Cícero
| Biagio Santorelli (Università di Genova, Itália)

| Em inglês com projeção do texto em português

Logo após a morte de Cícero, os últimos momentos de sua vida se tornaram um estudo de caso. Um conjunto de exercícios escolares, documentado na antologia de Sêneca, o Velho, confrontou os alunos com um cenário hipotético no qual Marco Antônio se ofereceu para poupar a vida de Cícero, se ele destruísse seus escritos. Sabemos por Sêneca que esse dilema ganhou o favor de um público maior de retóricos, que proferiram declarações públicas sobre esse assunto. Em meu trabalho, vou me concentrar nas vozes opostas que participaram dessa discussão, com o objetivo de mostrar que o longo debate sobre a (in)constantia de Cícero começou na escola de retórica.

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– 22 OUTUBRO | terça, 15h | sala 505-C

Interpretação e o leitor romano original nas Odes de Horácio
| Stephen Harrison (University of Oxford, Inglaterra)

| Em inglês com projeção do texto em português

A densidade da textura literária das Odes de Horácio, totalmente revelada pela última geração de comentários acadêmicos, sugere fortemente que esses poemas profundamente intertextuais foram escritos principalmente para um subconjunto altamente educado da elite da Roma Augusta. O que esses leitores originais compartilhavam, além da alta cultura literária que os tornava um público adequado para a poesia intertextual erudita de Horácio, era a rede social relativamente pequena das classes de elite em Roma e sua base comum de conhecimento e atitudes. Nesta palestra, desejo argumentar que esse conhecimento compartilhado é mais importante do que às vezes se percebe para a interpretação dos versos de Horácio e que muitas vezes pode fornecer informações esclarecedoras, com as quais um leitor moderno precisa de uma pequena ajuda. Isso está em sintonia com as ideias modernas de recepção e teoria da resposta do leitor que enfatizaram persuasivamente o papel das expectativas e do conhecimento de diferentes leitores.

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– 9 OUTUBRO | quarta, 16h30 | sala 505-C

Sappho comica: representações de Safo na Comédia Antiga e Nova
| Ronald Forero-Álvarez (Universidad de La Sabana, Colômbia)

| Em português

Esta conferência analisa como a figura de Safo, a célebre poetisa de Lesbos, foi representada na Comédia Antiga e Nova grega. Ao longo da sessão, serão examinados os testemunhos e fragmentos de obras dos comediógrafos Amipsias (PCG II 15), Antífanes (PCG II 194-5), Ánfide (PCG II 31), Efipo (PCG V 20), Timocles (PCG VII 32), Dífilo (PCG V 70-1) e Menandro (fr. 258 Thierfelder-Körte). A partir de suas análises, será discutido como a poetisa foi transformada em um personagem cômico que refletia as atitudes sociais e culturais da época. A conferência focará em duas principais linhas de representação: a sexualidade de Safo, frequentemente parodiada em relação aos seus poemas eróticos; e seu lendário amor por Faón, uma figura que, embora não apareça nos textos preservados de Safo, foi associada nas tradições cômicas. Também será discutido como essas representações contrastam com a admiração que sua obra lírica suscitou em outras esferas literárias. A conferência tem como objetivo oferecer uma visão detalhada da recepção de Safo no teatro grego, delineando a evolução de sua figura de um ícone da lírica a um personagem de sátira e paródia na comédia. 

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– 1 NOVEMBRO | sexta, 10h | sala 401-B

Uma alternativa nômade. Outra maneira de ver literaturas antigas
| Marco Formisano (Universiteit Gent, Bélgica)

| Em português

Nada parece ser tão estranho à atividade acadêmica do que a vida nômade, ou seja, uma existência não sedentária, em constante movimento e com uma identidade instável, uma identidade que não está estritamente ligada a um lugar específico. Além disso, a cultura nômade soa quase como um oximoro de uma certa perspectiva: a cultura está sempre ligada a lugares fixos e suas possíveis transformações ao longo dos tempos. Mas e se os classicistas adotarem uma perspectiva nômade para ler textos gregos e latinos antigos? Existe uma textualidade que possa ser definida como nômade? A filósofa Rosi Braidotti discutiu e identificou uma “teoria nômade” que resiste aos conceitos neoliberais dominantes de cultura ao enfatizar a alteridade, a alteridade pós-humana e a relevância do meio ambiente.  Nesta palestra, que leva o título de um livro que o escritor britânico Bruce Chatwin queria escrever, mas não conseguiu, lanço a hipótese de uma abordagem nômade para textos antigos, com o objetivo de oferecer uma nova perspectiva sobre os debates atuais que proliferam em torno da disciplina de Clássicos, seu papel na cultura contemporânea e seu futuro incerto.



SOBRE OS PALESTRANTES

ANTONIO STRAMAGLIA é Professor Titular de Língua e Literatura Latina na Università di Bari, na Itália, desde 2017, tendo atuado como Professor Assistente e depois Associado na Universidade de Cassino desde 1993. De 1999 a 2020, coordenou um grupo de pesquisa internacional sobre “As Declamações Maiores de Pseudo-Quintiliano”, composto por acadêmicos de sete países europeus diferentes. A principal expressão desse projeto de pesquisa foi uma série internacional de edições anotadas das Declamações Maiores, publicadas pela Universidade de Cassino. Em 2021, também publicou uma edição crítica completa das Declamações Maiores para a Loeb Classical Library em três volumes. Uma nova edição de seus fragmentos das obras perdidas de Apuleio para a Oxford Classical Texts está sendo preparada. Desde 2022, coordena, em nome do Comitê de Estudos Clássicos da Accademia dei Lincei, o projeto de uma nova edição de Terêncio e seus comentadores da Antiguidade tardia para a National Edition of Greek and Latin Classics (estão planejados 5 volumes). É membro do comitê científico ou editor associado de muitas revistas acadêmicas, como: American Journal of Philology; FuturoClassico; Materiali e Discussioni per l’Analisi dei Testi Classici; Révue des Études Tardo-Antiques; Rhetorica: A Journal of the History of Rhetoric; Journal of Philology and Classical Education; Sign and Text: International Journal for Manuscripts and Text Transmission e Giornale italiano di filologia. Ele já recebeu financiamento de pesquisa de um sem número de instituições como: Loeb Classical Library Foundation, Fundação G. K. Delmas (Nova York), International Society for the History of Rhetoric, Sociedade Bibliográfica da América, Fundação Umberto Mastroianni, Universidade de Graz (Áustria), Instituto de Estudos Avançados de Princeton, entre outros. Desde 2020, ele é membro da Academia Europaea; desde 2024, da Academia Latinitati Fovendae.

BIAGIO SANTORELLI é Professor Associado de Língua e Literatura Latina na Università di Genova, na Itália, desde 2017, tendo atuado por 3 anos como professor assistente na Universidade da Flórida, nos Estados Unidos, e como pesquisador visitante nas Universidades de Genebra, Lausanne e Freiburg, na Suíça. Como acadêmico, é especializado em crítica textual, tendo concentrado sua atenção em Juvenal, a respeito do qual publicou edições críticas, ensaios interpretativos, traduções e comentários, mas seus interesses de pesquisa incluem também Terêncio e Petrônio. Nos últimos anos, ampliou seus interesses para o contexto cultural e social da Era Imperial Romana, estudando os textos escolares gregos e latinos, bem como os procedimentos de ensino, com ênfase especial na retórica e declamação antigas. Atualmente, está envolvido em três projetos de pesquisa internacionais, com o objetivo de publicar uma série completa de edições, traduções e comentários sobre as Declamações Maiores e Menores atribuídas a Quintiliano.

RONALD FORERO-ÁLVAREZ é licenciado em Espanhol e Filologia Clássica pela Universidade Nacional da Colômbia e mestre e doutor em Textos da Antiguidade Clássica e sua Sobrevivência pela Universidade de Salamanca. Atualmente, atua como professor associado na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade de La Sabana, onde ministra disciplinas de grego clássico, latim, história da língua espanhola e fundamentos de línguas bíblicas e de transmissão de textos. Dirige o grupo de pesquisa Nóvitas e é membro da Associação Internacional de Papirologistas. Suas áreas de pesquisa incluem a lírica grega arcaica, a papirologia literária, a recepção da literatura, a resolução de conflitos e a didática das línguas clássicas.

STEPHEN HARRISON é membro do Corpus Christi College desde 1987, tendo sido professor de latim de 1987 a 2020. Anteriormente, realizou pós-doutorado (JRF) no St John’s College e foi professor no Magdalen College, ambos em Oxford. Foi professor visitante em seis continentes e trabalhou por alguns anos em projetos colaborativos de comentários em latim na Holanda e na Alemanha; recentemente é professor visitante ocasional na Universidade de Stellenbosch na África do Sul e foi professor/bolsista visitante no Princeton IAS e Stanford, Bergen, Copenhagen, Trondheim, La Sapienza (Roma), Siena, Turim, Sorbonne Université, Jerusalém (Universidade Hebraica), Tel Aviv e nas Universidades de Canterbury e Otago, na Nova Zelândia. Seus principais interesses de pesquisa são literatura latina e sua recepção, particularmente poesia augustana (especialmente Virgílio e Horácio), romance romano (especialmente Apuleio) e neolatino (especialmente o grande poeta neolatino escocês do século XVI George Buchanan, cujo Silvae está editando). Volumes coeditados recentes incluem Seamus Heaney and the Classics: Bann Valley Muses (OUP, 2019), Cupid and Psyche: The Reception of Apuleius’ Love Story since 1600 (De Gruyter, 2020) e Classical Scholarship and Its History from the Renaissance to the Present: Essays in Honour of Christopher Stray (De Gruyter, 2021). Uma outra coletânea sobre a recepção da história de Cupido e Psique de Apuleio e uma antologia de poemas neolatinos de Papas estão ambas em impressão para 2024, e está sendo coautor de dois volumes de comentários sobre alusões clássicas na poesia da Primeira Guerra Mundial e coeditando livros sobre o estilo poético latino e a poesia neolatina de estudiosos clássicos.

MARCO FORMISANO é professor de Literatura Latina na Universidade de Gante (Bélgica) desde 2013, onde também é membro do Centro Sarton de História da Ciência e investigador principal de um projeto em curso sobre “Epitome in Late Latin Literature”. Estudou Clássicos (lettere classiche) na Universidade de Palermo (BA 1995), Paris VII, e na Freie Universität Berlin, e recebeu o doutorado em 2000 pela Universidade de Palermo. Após várias bolsas de pós-doutorado (Alexander von Humboldt-Stiftung; Universidade de Pavia; Universidade de Palermo), foi contratado como Wissenschaftlicher Mitarbeiter no Centro de Pesquisa Colaborativa “Transformações da Antiguidade” (SFB 644) na Universidade Humboldt em Berlim (2005 -2012). Em 2005, recebeu uma bolsa Frances Yates no Warburg Institute, em Londres, e foi selecionado para ser pesquisador associado na Academia Italiana de Estudos Avançados da Universidade de Colúmbia, Nova York, em 2008-2009. Especializou-se em literatura e poética da antiguidade tardia; literatura antiga de conhecimento; atos e paixões dos primeiros mártires cristãos; o Panegyrici Latini; masoquismo na literatura antiga e moderna.

29º SEC-UFF | 11-13 NOV: 1ª circular de divulgação

Postado por Beethoven em 01/ago/2024 - Sem Comentários

Programação em breve.

Mais informações: https://seminariodeclassicasuff.wordpress.com/

O tema do evento deste ano, “mobilidade e transformações”, justifica-se em função de sua pertinência tanto como eixo de análise do passado quanto como possibilidade de reflexão do presente. Ao examinar as obras e as sociedades antigas, percebemos uma dinâmica de deslocamento que vai além do campo físico e que adentra as esferas cultural, política e social. A mobilidade dos cidadãos, seja em viagens comerciais, peregrinações religiosas ou campanhas militares, delineava geografias e identidades. Essa movimentação não apenas transformava as paisagens urbanas e rurais, mas também moldava o pensamento filosófico, o horizonte estético e as estruturas políticas da época. Os estudos clássicos, portanto, oferecem um rico terreno para explorar as complexas interações entre mobilidade e mudança, destacando como esses conceitos fundamentais continuam a ecoar em nossa sociedade contemporânea.

O XXIX Seminário de Estudos Clássicos visa estimular a discussão acadêmica com relação ao tema proposto e também objetiva estimular o interesse que a sociedade tem manifestado com a mobilidade urbana, digital, migratória e como essa movimentação tem influenciado a transformação do modo das interações dos diferentes grupos sociais primários, secundários, da relação do ser humano com a natureza, da circulação de ideias e dos debates delas advindas, da formulação de estrutura de convivência entre os diferentes grupos identitários, entre outros. Convidamos docentes, discentes e interessados nos estudos sobre a Antiguidade para pensar as relações que definem nossa existência em sociedade e que nos vinculam não só ao passado, mas especialmente ao presente, projetando-nos ao futuro que queremos construir.

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